Greenbikers Completam Caminho da Fé - 20/07/2006

Pela primeira vez o “Team Greenbikers” percorreu o Caminho da Fé, representado pelos bikers Ailton, Márcio e Ricardo que concluíram o percurso de cerca de 400 Km em cinco dias. Seguimos para Tambaú de ônibus no dia 15 de julho para no dia seguinte iniciar nossa jornada, que a princípio pretendíamos concluir em quatro dias:

1° dia – Tambaú (SP) a Vargem Grande do Sul (SP)

Iniciamos o percurso no dia 16 com a intenção de percorrer 106 Km até Águas da Prata, o que não conseguimos, em razão de nos perder logo no início do Caminho, onde ao passar por uma estrada vicinal não vimos o portal que indica o início do Caminho, fazendo com que logo de cara pedalássemos cerca de 12 Km “à toa”. Ainda no primeiro dia cometemos alguns pequenos erros e o máximo que conseguimos foi chegar até Vargem Grande do Sul após pedalarmos 78 Km (fora os erros), onde pernoitamos no Sítio da Dona Cidinha que nos recebeu de braços abertos e onde encontramos o simpático casal Itamar e Cristina de Ribeirão Preto que estavam fazendo o Caminho de bike pela 2ª vez. Com relação aos “erros” explica-se: O Caminho é muito bem sinalizado e foi feito originariamente para ser percorrido a pé. Portanto numa velocidade “muito baixa”, onde com certeza, pode-se prestar mais atenção na sinalização. Ciclistas “mais afoitos” e empolgados com as descidas como foi o nosso caso, acabam “passando batido” em alguns pontos, portanto vale a dica: o Caminho da Fé é para ser curtido sem pressa e em caso de dúvida pare e procure alguma indicação para evitar transtornos.

2° dia – Vargem Grande do Sul (SP) a Andradas (MG)

Iniciamos o 2° dia de pedal as 7:30 debaixo de muito frio (cerca de 6 graus) e pegando logo de cara uma subidinha “chata” que não deu pra esquentar. Tivemos a companhia do Itamar e da Cristina até Águas da Prata. Aliás, antes de chegar a Águas da Prata “resolvi dar um gás” e mais uma vez me perdi no caminho, tendo de pedalar uns quilômetros a mais até reencontrar meus companheiros. Neste dia enfrentamos a dura Serra do Pico do Gavião antes de chegar a Andradas já no Estado de Minas Gerais onde pernoitamos para nos preparar para o 3° dia de pedal. Neste dia pedalamos 80 Km.

3° dia – Andradas (MG) a Borda da Mata (MG)

Mais uma vez, iniciamos o dia de pedal com muito frio e logo de cara tivemos que enfrentar a duríssima Serra dos Lima. Uma curiosidade; a grande quantidade de fuscas que passou por nós na estrada que nos leva até a Serra. Até onde consegui contar, passou cerca de 40 fuscas. Neste dia não me sentia bem com algumas dores no joelho e uma gripe querendo “me pegar”. Neste dia pedalamos 75 km até a cidade mineira de Borda da Mata.

4° dia – Borda da Mata (MG) a Paraisópolis (MG)

O 4° dia seria para nós o mais difícil, pois teríamos de “escalar” algumas serras, sendo que a maior delas nos levaria a uma altitude de 1410 metros no município de Estiva (MG). Iniciamos nossa jornada decididos a chegar em Paraisópolis (MG) e tentar tirar um pouco do atraso dos dias anteriores. Foi sem dúvida nenhuma o dia mais difícil para nós, principalmente para mim, pois me sentia debilitado e sentindo muita dificuldade em pedalar na baixa temperatura que fazia no início da manhã (cerca de 7 Graus). Neste dia quase “abandonei o barco”, pois além de não me sentir bem, um pouco antes de chegar a Estiva meu pneu traseiro rasgou a lateral e tive de pegar uma carona por cerca de 3 Km até chegar a cidade. Paramos para comprar um pneu (vagabundo e caro!) almoçar, e o Márcio e o Ricardo muito pacientemente me fizeram mudar de idéia e continuei a viagem. Depois de enfrentar muitas dificuldades neste dia conseguimos chegar em Paraisópolis no final da tarde após pedalar “somente”75 Km que valeram o dobro tal a dificuldade do Caminho neste trecho. Neste dia nós três chegamos tão cansados que durante o jantar em uma pizzaria da cidade o Ricardo comia de olhos fechados.

5° dia – Paraisópolis (MG) a Aparecida (SP)

Neste dia foi uma dificuldade para sair da cama devido ao grande esforço que fizemos no dia anterior. Iniciamos nossa jornada mais tarde do que o habitual. Partimos decididos a chegar em Aparecida de qualquer jeito neste dia. Saímos da cidade com uma temperatura de 9 graus as 8:00 horas da manhã e imprimimos um ritmo forte (que na deu para se perder!), percorrendo os primeiros 22 KM até São Bento do Sapucaí (SP) em menos de uma hora. De lá seguimos nosso caminho parando em Santo Antonio do Pinhal para almoçar. Ao chegar na divisa com Pindamonhangaba (SP) entramos em uma trilha paralela a linha do trem que apesar de ser numa descida, tivemos de empurrar as bikes um bom tempo devido a grande quantidade de pedras soltas pelo caminho. Assim que saímos deste trecho chegamos a uma estrada asfaltada onde voltamos a imprimir um ritmo forte pois tínhamos a intenção de chegar antes das 17:00 horas para pegarmos nosso certificado ainda neste dia e no dia seguinte retornar a São Paulo logo cedo. Infelizmente não conseguimos pois chegamos em Aparecida as 17:15, o que acabou sendo ótimo pois acabei fazendo visitando uma tia que mora na cidade e nos acolheu maravilhosamente bem.

Confesso que nos últimos 50 Km, quando sentia aproximar-se o final da viagem, senti uma emoção muito forte, me fazendo inclusive chorar enquanto pedalava, pois vi neste caminho uma mostra do que é a nossa vida, as dificuldades que temos de superar no dia a dia, as alegrias que sentimos, os objetivos que traçamos e que as vezes não conseguimos cumprir ou quando cumprimos vemos que não foi nada fácil. Senti neste cinco dias de pedal a presença do Criador o tempo todo, seja nas belíssimas paisagens, no canto dos pássaros, na dureza das montanhas que desafiamos e que no final de todo o esforço éramos presenteados por Deus com paisagens que compensavam toda gota de suor que derramamos para atingir o topo, no frio que sentia pela manhã e no calor durante o dia. No dia seguinte fomos até a Basílica aonde ao chegar fomos entrevistados de surpresa por uma emissora de TV da região. Assistimos uma missa e pegamos nossos certificados juntamente com a simpática peregrina Vera de São Paulo, que conhecemos no dia anterior e que fez o percurso a pé.

Considerações Finais

No Caminho da Fé nos deparamos com a simplicidade das pessoas que encontramos pelo caminho, sejam elas moradores da região que nos incentivavam e desejavam boa viagem a todo instante ou simplesmente nos acolheram em suas pousadas modestas mas com muito amor e carinho. Também encontramos inúmeras pessoas que faziam o Caminho a pé e de bike, cada uma com um objetivo, seja pela fé, pelo desafio ou simplesmente procurando “se conhecer” melhor como ser humano.

Agradeço a Deus por ter compartilhado da companhia de dois grandes amigos nesta viagem; O Márcio e o Ricardo, que assim como eu, terminaram o Caminho planejando fazê-lo novamente em breve.

Nossos agradecimentos aos amigos que nos incentivaram e aos que nos chamaram de loucos, mas que no fundo do coração estiveram torcendo por nós o tempo todo, ao Professor Arnaldo pelas dicas antes da viagem e pelas gozações após, ao Hélião, “nosso” motorista que nos levou até a rodoviária e depois foi nos “resgatar” lá em Aparecida, a “Tia Lena” pela acolhida no último dia da viagem e ao Team Greenbikers que estivemos representando com muita alegria.

Que Deus proteja o Itamar e a Cristina, o simpático casal de ciclistas de Ribeirão Preto que fizeram o Caminho “sem pressa”, a Vera de São Paulo e todos os peregrinos que encontramos pelo caminho e que infelizmente não pudemos conhecer melhor.

Aos que não fizeram o caminho ainda um conselho: façam assim que puderem, pois com certeza sua vida será uma antes e outra após o Caminho da Fé. Um grande abraço a todos!
Ailton - Greenbikers Team
Fotos: Ailton / Márcio / Ricardo / Rodrigo

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